Congresso debate avanços e novas medicações contra a obesidade

EVENTO NACIONAL

Congresso debate avanços e novas medicações contra a obesidade

Profissionais da região participaram do encontro e trazem novidades aos pacientes do Vale

Congresso debate avanços e novas medicações contra a obesidade
Foto: Envato / Reprodução

Avanços no diagnóstico e tratamento foram alguns dos temas debatidos durante o XXI Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, o maior evento da área no Brasil. O encontro ocorreu entre 29 e 31 de maio, em Belo Horizonte, e teve médicos do Vale como participantes.

Entre eles, a endocrinologista e professora Ramona Reckziegel. “Acredito que o compromisso com a atualização científica é parte do cuidado que oferecemos a quem nos procura. É também um ato de respeito aos pacientes”, destaca.

Segundo a profissional, uma das mensagens mais importantes do congresso foi a de que o tratamento da obesidade precisa ser contínuo, estruturado e, acima de tudo, humano. Ela reforça que os melhores resultados surgem quando se une mudanças no estilo de vida com o uso de medicações, quando indicadas.

“Essa combinação tem o potencial de promover não apenas uma perda de peso mais eficaz, mas também melhorias expressivas na saúde metabólica, como controle da glicemia, da pressão arterial e dos níveis de colesterol”.

Ainda, outro tema destacado foi o papel do sono. “A privação de sono interfere na regulação hormonal, favorece a fome, dificulta a saciedade e contribui diretamente para o ganho de peso”, ressalta. Além disso, compromete a energia e a motivação para manter uma rotina de alimentação equilibrada e prática de atividade física.

O impacto da menopausa no peso e na composição corporal também foi abordado. Ramona ressalta que a queda dos níveis de estrogênio nessa fase da vida provoca alterações importantes no metabolismo, favorecendo o acúmulo de gordura e a perda de massa muscular.

Tratamento ível

Médica de Família e Comunidade, Maiara Conzatti também traz atualizações do congresso. Entre os destaques, ela cita as novas medicações disponíveis: a Tirzepatida (Mounjaro), com potencial de perda de peso de até 22%; a Semaglutida (Ozempic/Wegovy), com média de 15%; e a Liraglutida (Saxenda), em torno de 8%.

“Uma boa notícia é que uma farmacêutica brasileira lançará, em setembro, sua versão de Liraglutida, o que deverá reduzir bastante este custo do tratamento”, ressalta a profissional.

Maiara conta que médicos mais experientes ressaltaram que quando a Sibutramina foi lançada, ela custava cerca de um salário mínimo — o mesmo valor de alguns dos melhores tratamentos para obesidade disponíveis atualmente. Hoje, segundo a médica, esse é um medicamento seguro e efetivo para o tratamento da obesidade em quem não tem contra-indicações, e custa cerca de R$ 50.

“Tão importante quanto perder peso, é mantê-lo. E isso a por hábitos simples, mas poderosos: tomar café da manhã, fazer atividade física, manter uma dieta equilibrada, evitar álcool em excesso, dormir bem e, acima de tudo, continuar o acompanhamento com profissionais de saúde”.

Obesidade não é falta de força de vontade, conforme destaca Maiara. É uma doença crônica que precisa ser tratada com empatia, afeto e ciência.

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