Da gastronomia ao acolhimento, tradições alemãs seguem vivas no Vale

CULTURA GERMÂNICA

Da gastronomia ao acolhimento, tradições alemãs seguem vivas no Vale

O bicentenário da imigração alemã no Brasil foi marcado pelo resgate das memórias de 200 anos atrás. A sétima turnê dos Grupos Folclóricos de Estrela pela Europa evidencia as semelhanças e diferenças da região em relação à Alemanha

Da gastronomia ao acolhimento, tradições alemãs seguem vivas no Vale
agem da sétima turnê dos Grupos Folclóricos de Estrela pela Europa ressalta as diferenças e semelhanças em relação à Alemanha. (FOTOS: KARINE PINHEIRO)

Duzentos anos de imigração alemã no Brasil e a herança deixada pelos imigrantes sobrevive no Vale do Taquari. Desde a gastronomia até a cultura e a educação, a comunidade mantém os costumes deixados pelos anteados. Quanto à organização governamental, infraestrutura e desenvolvimento, a Alemanha é exemplo a ser seguido pela região.

A agem da sétima turnê dos Grupos Folclóricos de Estrela pela Europa ressalta as diferenças e semelhanças em relação à Alemanha. Ao longo de diversas cidades visitadas, grande maioria localizadas no interior, a culinária e o acolhimento se aproximam ao vivenciado no Vale do Taquari. A recepção aos dançarinos reforça os vínculos criados há décadas entre os municípios de ambos os países.

Integrante dos grupos folclóricos, Bárbara Daviez Mallmann viaja pela primeira vez em turnê internacional. Ela e o esposo Carlos Alberto Mallmann, participantes da categoria Pais, após serem convidados para a comenda do Festival do Chucrute, trazem as coreografias brasileiras à Europa. Na avaliação da dançarina, a recepção foi uma surpresa.

“Essa impressão que temos de que alemães são pessoas mais frias foi quebrada. Cheguei na Alemanha com esse receio, mas fui surpreendida de forma positiva. O acolhimento por parte das famílias hospedeiras foi muito bom e criamos vínculos”, relata Bárbara. Apesar de uma gastronomia semelhante, ela aponta a alimentação como uma dificuldade.

Pão, linguiça e batata

Culinária experienciada em cafés coloniais e eventos típicos alemães se faz presente no dia a dia do povo germânico

A culinária experienciada em cafés coloniais e eventos típicos alemães se faz presente no dia a dia do povo germânico. A alimentação à base de pão, linguiça e batata – com bastante pimenta – faz parte das refeições, desde o café da manhã até o jantar. Mesmo com receitas diferentes, os ingredientes estão inseridos nos pratos da região.

Para Paulo Hamester, integrante da categoria Master, a presença da carne suína em grande parte das refeições é a maior semelhança em relação à gastronomia da região. Ele também destaca o consumo de sobremesas doces, cucas e pratos com batatas. No entanto, diz que pratos presentes em festas típicas não são facilmente encontrados na Alemanha.

“Mesmo fazendo parte do cardápio Festival do Chucrute, não tinha provado eisbahn – joelho de porco – em Estrela. Experimentei o prato na Alemanha. O próprio chucrute, que dá nome ao evento, é pouco comum, sendo presente em poucas cidades. Outra percepção é que não comemos carne de rês, até agora, porque não é tão comum aqui”, comenta.

A grande oferta de pães e a variedade de linguiças também chama a atenção, na opinião do dançarino. Os alimentos, mesmo que comum na região, são servidos de diversas maneiras na Alemanha.

Na busca pela educação

Algumas semelhanças são percebidas entre os sistemas de educação. Na Alemanha, a estrutura educacional é dividida em três etapas: ensino primário secundário I e secundário II. A escolaridade é obrigatória por nove anos e o primeiro nível varia de quatro a seis anos de acordo com cada estado. Entre as semelhanças, o estudo em meio período.

O sistema busca oferecer opções técnicas, práticas e acadêmicas, com focos nas preparações profissionais ou universitárias. O percurso começa na Grandschule, com duração de quatro a seis anos. Após o ensino primário, os alunos escolhem a sequência de ensino de acordo com preparação ao mercado de trabalho, escola técnica e profissional ou preparação à educação acadêmica e universitária.

Funcionamento de estradas

O funcionamento das rodovias federais apresenta diferenças em relação ao Brasil. Na Alemanha, as vias, denominadas Autobahn, são conhecidas por não ter limite de velocidade, embora a recomendação oficial seja circular até 130km/h. Cerca de 70% dos trechos não possuem restrições. Além disso, as vias não possuem cruzamentos.

Com aproximadamente 13 mil quilômetros de extensão, as estradas formam uma das maiores redes de rodovias

Com aproximadamente 13 mil quilômetros de extensão, as estradas formam uma das maiores redes de rodovias. A infraestrutura é planejada para ar o tráfego intenso e as altas velocidades, asfalto reforçado e saídas sempre à direita. Além disso, a gratuidade para veículos de eio segue em vigor. Somente veículos de grande porte pagam pedágio, que são cobrados por meio de pórticos. Caminhões também não podem circular aos fins de semana.

Turnê internacional

O Grupo A Hora acompanha a turnê internacional dos Grupos Folclóricos de Estrela pela Europa. Os dançarinos já aram por cidades da Alemanha e da Áustria. Na próxima semana, o espetáculo segue pela Eslovênia. Além das coreografias folclóricas, o programa também é composto pelo forró, samba, carnaval e dança gaúcha.

Na avaliação do coordenador Andréas Hamester, o espetáculo é um sucesso por onde a. “O acolhimento e a participação das pessoas durante as danças mostra a boa receptividade”, afirma. A turnê segue até 25 de junho.

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