Informação, conscientização e gestão de riscos são alguns dos desafios atuais relacionados ao meio ambiente na região. Após um cenário de catástrofes nos últimos anos, o Vale se recupera, mas ainda tem o que evoluir. Por isso, órgãos públicos e instituições promovem a Semana do Meio Ambiente, de 2 a 6 de junho, e buscam debater soluções para o futuro.
Para a professora e pesquisadora da Univates, Luciana Turatti, a superação dos problemas ambientais dos últimos anos, e do que ainda está por vir em decorrência das mudanças climáticas, a pela compreensão desse fenômeno global.
Ela afirma que a gestão de risco depende do o à informação e da compreensão desse tema. “Temos uma parcela significativa da população que não compreende esses fenômenos, porque, por vezes, insistimos em falar de forma complicada ou em utilizar termos que não são de conhecimento comum”, afirma.
A professora também acredita na importância de disseminar os resultados de estudos e pesquisas sobre o estado atual do planeta, e trazer ao debate público o tema ambiental.
“Além disso, é importante ter presente que nós, da geração adulta, não podemos nos afastar das nossas responsabilidades ambientais, reando às crianças e adolescentes a tarefa de salvar o planeta”.
Menos lixo
Outra temática em evidência, hoje, é a geração, separação e tratamento de resíduos orgânicos. Doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária e professor da Univates, Odorico Konrad afirma que o foco deve estar na condução desses resíduos em casa, com soluções biológicas que permitam que os resíduos não sejam destinados ao aterro sanitário. Entre as estratégias, estão as composteiras caseiras, por exemplo.
O especialista afirma que, uma vez que esse lixo orgânico é misturado com o seco, ele faz com que parte desses materiais não possam ser mais reciclados. Além disso, permite a diminuição do volume de resíduos para transporte e depósito até o aterro sanitário.
“Quando fica no aterro, esses resíduos se transformam no chorume, que tem um custo de tratamento elevado. Tudo isso também interfere nas mudanças climáticas e no que chamamos de efeito estufa”.
Konrad sugere políticas públicas que incentivem a comunidade a tratar os resíduos orgânicos em casa, com desconto no IPTU, por exemplo. Em Lajeado, cerca de 25 mil toneladas de resíduos orgânicos e mais de 1,3 mil toneladas de resíduos secos são produzidos por ano. Esse número tem aumentado ao longo dos anos. De 2022 a 2024, o aumento foi de 13,6 mil toneladas de resíduos orgânicos e 1,3 mil toneladas de secos.
Segundo o município, hoje, 100% do lixo vai para triagem, tanto seletiva, como orgânica. Cerca de 4% de todo o lixo triado vai para a reciclagem.
Programações
Para marcar a Semana do Meio Ambiente, a região organiza atividades alusivas ao tema. Na Univates, de 2 a 6 de junho, o Ecovates estará aberto para a comunidade conhecer o espaço, esclarecer dúvidas e descartar de maneira correta determinados tipos de resíduos.
No Gramado Cultural do mês de junho, previsto para ocorrer no dia 15, também haverá um ponto de coleta do Ecovates. Além disso, o Museu de Ciências Univates promove a exposição “Polinização. A essência da vida: o grande serviço ecossistêmico”.
Organizada pela prefeitura de Lajeado, a Semana do Meio Ambiente iniciou no domingo, 1, com a 3ª Rústica do Meio Ambiente. No município, a programação segue com o teatro ambiental “Guardiões da Árvore Sagrada” direcionado para escolas, no Teatro Univates, na quinta-feira, 5.
Já na sexta-feira e sábado, 6 e 7, ocorre a ação “Plante essa ideia”, com doações de mudas no Jardim Botânico de Lajeado. As atividades se encerram com a Feira de Adoção “Canil de portas abertas”, no Canil Municipal.